Mulheres registram B.O. contra o vereador Agamenon

A ação aconteceu nesta sexta-feira, 28, no DAGV

Mulheres prestam boletim de ocorrência contra Agamenon  (Fotos: Portal Infonet) Ivânia reprova a conduta do vereador Carta-denúncia apresentada pelas mulheres Maria Pureza é do Conselho Estadual do Direito das Mulheres Mulheres prestaram o BO no DAGV

A “polêmica da calcinha” continua. Mulheres de diversos conselhos e organizações do estado de Sergipe se reuniram no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) de Aracaju para prestar um boletim de ocorrência contra o vereador Agamenon Sobral. De acordo com as mulheres envolvidas na ação, o vereador estaria incitando a violência contra a mulher durante um de seus discursos feitos na Câmara ainda esta semana.

Entre as envolvidas na ação, estão membros da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), do Sindicato dos Bancários (Seeb/Se) , da União Brasileira das Mulheres (UBM), do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Sindicato dos Enfermeiros (Seese).

Ivânia Pereira é a representante da CTB e fala em combater a incitação à violência contra a mulher. “Nós já vivemos uma situação de violência há anos. O que precisamos é que a Câmara Municipal de Aracaju se proponha a se juntar a todas as mulheres e homens que defendem a não violência contra a mulher, se proponha a inibir, combater e exterminar de uma vez por todas todo tipo de violência contra a mulher”, disse Ivânia.

A representante da CTB falou ainda da posição política a qual Agamenon Sobral ocupa. “Nós não podemos aceitar que um cidadão investido de poder de vereador faça apologia, estímulo e incentivo à violência contra a mulher. Isso nos indigna e nos mobilizou para a gente vir aqui na Delegacia e pedir apoio e as providências necessárias para que não mais uma autoridade pública, como um vereador, faça discursos de apologia a situações de violência contra a mulher no nosso município e no nosso estado”, explicou Ivânia.

Sobre a punição a Agamenon, Ivânia fala que ele deve ser punido exemplarmente. “Assim como os agressores contra as mulheres são punidos, o vereador também deve ser punido exemplarmente. Nós não podemos mais, que em uma sociedade como a nossa tenha ação de impunidade”, disse.

Maria Pureza também esteve presente no DAGV, como representante do Conselho Estadual do Direito das Mulheres. Ela relembra a motivação para união das mulheres no DAGV. “Não só o que o vereador falou para a vereadora Lucimara, mas a forma como ele se expressou em relação a mulher que ele falou no seu pronunciamento, que atinge a todas as mulheres”, disse Pureza.

O sentimento da representante do Conselho é de indignação diante do posicionamento de Agamenon. “O Conselho tem o papel de defender todas as mulheres de todas as mulheres de qualquer agressão partindo de onde quer que seja. E essa ocasião principalmente, que parte de um parlamentar, um cidadão que se diz representante do povo de Aracaju e que se vale da tribuna da Câmara de Vereadores. Com tantas questões que se tem para apresentar, que é o papel dele, e ele se vale do expediente para afrontar e agredir a dignidade das mulheres”, explicou Pureza.

Entenda o caso

Esta semana, o vereador Agamenon Sobral fez discurso na Câmara Municipal de Aracaju, abordando uma suposta notícia de um padre que teria interrompido uma cerimônia de casamento devido ao fato de a noiva estar sem o uso da calcinha. O vereador apoiou a suposta conduta do padre e falou que a noiva “merecia uma surra” pela postura.

O pronunciamento gerou polêmicas e a vereadora Lucimara Passos (PCdoB) levou uma calcinha durante seu discurso no sentido de reprovação à postura do vereador.

Vereador

Através de nota, o vereador Agamenon Sobral afirmou que somente irá se pronunciar depois de receber algum documento oficial. "Gostaria de deixar claro que não tive o intuito de incitar a violência contra as mulheres, apenas quis ressaltar o respeito que deve existir em uma igreja", alegou.

Por Helena Sader e Verlane Estácio via infonet

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