Menina eletrocutada: Família pede justiça em audiência

Audiência acontece no Fórum Artur Déda em N.Srª Socorro
Jasiele tinha 12 anos quando morreu eletrocutada (Fotos: Portal Infonet)
Foi aberta na manhã desta terça-feira, 29, no Fórum Artur de Oliveira Déda, em Nossa Senhora do Socorro, a audiência sobre o episódio em que a garotinha Jasiele Bittencourt, 12, morreu eletrocutada na cerca de uma casa, quando foi pegar uma manga. A família, usando camisas com a foto da menina, pedia justiça e adiantou não aceitar qualquer valor como indenização. A defesa argumenta que o dono da casa, o Sr. Nivaldo da Silva Costa, é réu primário e eletrificou a cerca por conta das várias tentativas de assalto que sofreu.
“Nós viemos para o fórum na expectativa de que haja justiça. Ele sabia que ali tem muitas crianças e não existe nem muro, nem cerca. É só um arame, que ele puxou do poste e deixou o fio descampado, deixando todos expostos ao perigo, não tinha nenhuma placa alerando. Prefere proteger uma mangueira do que as vidas. O pior é que ele estava dentro de casa e ligou porque viu que a menina já tinha ido lá uma vez. Claro que foi de propósito. Ali é uma espécie de armadilha e se outras pessoas usaram como parâmetro, vai ter muita morte. E pior ainda é ele oferecer dinheiro pra gente”, lamenta a irmã da menina, Elivânia Bittencourt Oliveira.
A irmã Elivânia luta para que outras crianças não venham a morrer
“Isso foi o que mais aumentou a minha dor como mãe. Ele oferecer uma indenização. A gente é pobre, com essa menina que perdi, eram dez filhos. Ela era gêmea. Eu e meu marido sobrevivemos da reciclagem, mas queremos mesmo é que ele pague pelo que fez com a minha menina, só porque ela foi pegar uma manga meu Deus do céu”, lamenta sem conseguir segurar as lágrimas, d. Jocenilma Santos Bittencourt.
Defesa
Apesar de estar no corredor do Fórum Artur de Oliveira Déda, aguardando a audiência, o Sr. Nivaldo da Silva Costa indicou o advogado José Wanderlei Almeida para falar com a imprensa. De acordo com o advogado, vai usar o argumento de que o cliente é réu primário, não tem nenhuma pendência com a Justiça e utiliza a cerca elétrica como defesa.
A mãe, d. Elivãnia: "Parece que minha menina era um objeto"
“Ele é réu primário e já tinha sofrido tentativas de assaltos à casa, por três vezes, tendo inclusive prestado Boletins de Ocorrência na delegacia. O cidadão é um cara pacato, não possui antecedentes criminais. No momento, ele inclusive estava em casa. Só que a amenina apareceu pelos fundos e ele não viu. Só quando gritaram e ele desligou. Uma fatalidade, pois ele ligava à noite e desligava logo cedo, justamente na hora que a menina apareceu para pegar a manga. Eu entendo a angústia da família, mas o dono da casa não teve culpa. Ele tentou socorrer a menina, mas a população tentou linchá-lo, queimaram o carro que é o instrumento de trabalho. Hoje solicitei reforço policial porque houve comentário de que a família ia linchar aqui na porta do fórum”, destaca.
A audiência acontece na 2ª Vara Criminal, mas o juiz Alício de Oliveira Rocha Júnior não permitiu que a imprensa fizesse imagens. À época, a delegada do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Juliana Alcoforado,  disse não ver motivos para pedir a prisão de Nivaldo da Silva Costa.                                                                                        
O advogado José Wanderlei: "Ele é pacato, réu primário e tentou socorrer a menina"
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Por Aldaci de Souza

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